Pesquisar Neste Blog

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Projeto disponibiliza material didático de medicina veterinária on-line

O Brasil possui uma das maiores populações de gado leiteiro e de corte do mundo. Segundo dados do Ministério da Agricultura, o país é dono do segundo maior rebanho efetivo do mundo, com cerca de 200 milhões de cabeças de gado. Além disso, o Braisl é um dos países que mais exportam carne bovina, tendo entre seus principais concorrentes Austrália e Argentina. Mesmo assim, doenças parasitárias ainda causam grandes perdas econômicas à atividade pecuária brasileira. Para mudar esse cenário e ampliar o conhecimento sobre as doenças que envolvem ecto e endoparasitas, o professor de Doenças Parasitárias da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Adivaldo Henrique da Fonseca, desenvolveu um material didático específico, que inclui um site e um catálogo com informações detalhadas sobre diagnóstico, tratamento e prevenção dessas enfermidades, para ser consultado por profissionais e estudantes de medicina veterinária e áreas afins.
 Doenças parasitárias ainda causam grande perda à atividade pecuária
O site, que ficará hospedado no portal da UFRRJ (www.ufrrj.br/), disponibilizará textos e livros de domínio público, apostilas sobre os diversos parasitos e os vários tópicos que compõem o programa da disciplina Doenças Parasitárias. Nele, também poderão ser pesquisados artigos científicos, de extensão e anais de congressos de medicina veterinária. O trabalho, que faz parte do projeto “Produção e disponibilização de material didático multimídia referente às doenças parasitárias dos animais domésticos”, recebeu apoio do edital de Apoio à Produção de Material Didático, da FAPERJ. "Estamos produzindo um material de qualidade não apenas para suprir as necessidades acadêmicas dos estudantes como também para servir como fonte de consulta", diz.

Segundo explica Adivaldo, como a maior parte da literatura de medicina veterinária disponível é constituída por livros e textos produzidos na América do Norte e na Europa, onde os climas predominantes são o temperado e o frio, o material que o projeto está desenvolvendo tem foco voltado para o clima tropical, com ênfase na região do sudeste brasileiro. “É importante suprir necessidades acadêmicas dos estudantes com a produção de um material didático de qualidade, que explore as características específicas do clima brasileiro. E também pode ser uma fonte de consulta para atividades de educação continuada e trabalhos de campo”, justifica.

No site, o pesquisador Adivaldo priorizará as doenças típicas do clima brasileiro
De acordo com o pesquisador, o Brasil possui um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, mas sua produção aproximada é de cerca de 1.200 quilos de leite por vaca ao ano. Na Europa, como afirma o pesquisador, este número chega a 4.300 quilos por vaca ao ano. “Isso acontece porque em regiões de clima tropical, as altas temperaturas e a umidade associadas ao manejo zootécnico deficiente, com o aumento do número de animais por hectare, favorecem a proliferação de ectoparasitas (que se instalam na parte externa do hospereiro, como carrapatos, pulgas e piolhos) e endoparasitas (localizados no interior do hospedeiro, como helmintos e hemoparasitos). “Os carrapatos são os que mais transmitem agentes patogênicos. O acelerado processo de urbanização e desmatamento, por exemplo, favorecem a proliferação destes parasitas”, explica.

Como afirma Adivaldo, os carrapatos são vetores da babesiose (Babesia bovis e Babesia bigemina) e da anaplasmose (Anaplasma marginale), as enfermidades que mais atingem o rebanho bovino brasileiro. “Além disso, as helmintoses gastrintestinais, coccidioseses, bernes e bicheiras são responsáveis pela morbidade e mortalidade de animais ou pela diminuição da produtividade dos rebanhos.”

Some-se a isso a falta de informação correta. "Entre os fatores que acarretam a morbidade e a mortalidade de um percentual significativo dos animais está o manejo incorreto de pesticidas, que também podem colocar em risco as pessoas que os consomem, em decorrência de potenciais resíduos”, explica.

Além de procurar motivar o estudante de veterinária, o pesquisador também acredita que o site auxiliará os profissionais para o diagnóstico correto e contribuirá com subsídios para o tratamento adequado e a prevenção de doenças. "Com isso, queremos difundir informações para propiciar o bem-estar dos animais e melhorar as taxas de produtividade", diz. Segundo o pesquisador, o material está em fase final de preparo, mas algumas informações já estão disponibilizadas em seu próprio sitewww.adivaldofonseca.vet.br .

Nenhum comentário:

Postar um comentário