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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Testes em avaliação prometem detectar Alzheimer

Um exame de tomografia cerebral capaz de detectar as placas no cérebro que causam a doença de Alzheimer se mostrou eficaz em estudos e está em processo de análise pelo governo dos EUA.

Um comitê consultivo da FDA (agência americana que regula alimentos e remédios) está revisando a pesquisa para avaliar se esse exame deve ser aprovado para comercialização.

Um segundo estudo mostrou que um exame de sangue pode detectar a beta-amiloide, proteína que forma a placa do Alzheimer.

Segundo os pesquisadores, o teor da proteína no sangue pode estar ligado ao risco de problemas de memória. Os dois estudos foram publicados na quarta-feira pelo "Journal of the American Medical Association".

"Trata-se de duas pesquisas muito importantes", disse Neil Buckholtz, diretor da divisão de demência senil no Instituto Nacional do Envelhecimento, dos EUA.

O novo exame de tomografia cerebral usa um corante desenvolvido pela Avid Radiopharmaceuticals, agora controlada pela Eli Lilly.

O corante gruda nas placas presentes no cérebro dos pacientes e as torna visíveis em tomografias por emissão de pósitron (PET).

O estudo da Avid foi feito com 152 pessoas próximas do fim da vida que concordaram em passar por tomografias cerebrais e em terem seus cérebros autopsiados depois da morte. Os pesquisadores queriam saber se as tomografias revelariam a presença das mesmas placas exibidas por uma autópsia.

Vinte e nove dos pacientes morreram e passaram por autópsias. Em 28 casos, houve coincidência entre a tomografia e a autópsia.

Caso a FDA aprove essa tomografia, o exame pode determinar se um paciente com demência tem ou não Alzheimer. Se não tiver, os médicos terão de considerar diagnósticos alternativos.

O método também pode ser usado por empresas que estão testando remédios para remover as placas do cérebro. As tomografias podem demonstrar se os medicamentos estão funcionando.

O outro estudo, de um exame de sangue, foi conduzido pela médica Kristine Yaffe, da Universidade da Califórnia, com 997 participantes com idade média de 74 anos.

Eles foram acompanhados por nove anos e passaram por testes de memória e exames de sangue que buscavam beta-amiloide.

A beta-amiloide, que fica no cérebro, vai para o fluido espinhal. De lá, pode entrar na corrente sanguínea. Quando a proteína se acumula em forma de placa, seu nível no fluido espinhal cai, indicando Alzheimer.

Yaffe e sua equipe queriam saber se era possível detectar a proteína no sangue em vez do fluido espinhal.

O método é difícil: o teor da proteína no sangue é muito inferior ao encontrado no fluido espinhal, e parecem existir outros motivos possíveis para sua presença no sangue, o que confunde os resultados de teste.

Ainda assim, diz Ronald Petersen, presidente do conselho de consultoria médica e científica da Associação de Alzheimer, um teste como esse é necessário.

Caso sejam desenvolvidos tratamentos que detenham a doença, seria importante começar a usá-los antes que os danos sejam irreversíveis.

"Precisamos de uma ferramenta barata e segura para uso em larga escala, como os testes de colesterol."

A ideia seria usar esse teste para uma primeira filtragem e depois submeter as pessoas que apresentem resultados positivos a tomografias e ressonâncias, por exemplo.

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