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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Medicamento contra câncer de mama reduz morte por câncer de pulmão

Duplo efeito
Uma pesquisa feita na Suíça concluiu que medicamentos usados no tratamento do câncer de mama também podem ser úteis para tratar o câncer de pulmão.
O estudo, publicado na revista especializada The Cancer Journal, mostrou que remédios que reduzem os níveis de estrogênio, hormônio sexual feminino, reduzem também o número de mortes por câncer de pulmão.
Os autores dizem que a pesquisa, se for comprovada por mais estudos, pode ter implicações importantes no tratamento dos pacientes.
O Centro de Pesquisa Britânico sobre o Câncer alertou para o fato de que, antes que seja possível tirar conclusões, é preciso fazer testes clínicos em larga escala.
Hormônios e câncer
Por muito tempo, hormônios têm sido associados a algumas formas de câncer.
Mas a ideia para a pesquisa surgiu dos resultados de estudos anteriores, que mostram que o aumento dos níveis de estrogênio, por causa da terapia de reposição hormonal em mulheres, aumenta o risco de câncer de pulmão.
Os pesquisadores da Universidade de Genebra, na Suíça, se perguntaram se reduzir a quantidade deste hormônio no corpo produziria o efeito oposto.
Eles fizeram experiências com o remédio Tamoxifen, que é usado no tratamento do câncer de mama há mais de 40 anos e anula o estrogênio no corpo.
Antiestrogênicos
Para a pesquisa, os médicos analisaram os dados de mais de 6 mil mulheres diagnosticadas com câncer de mama entre 1980 e 2003. Cerca de metade delas foi tratada com antiestrogênicos.
Não houve diferenças significativas no número de mulheres que desenvolveu câncer de pulmão, mas o grupo das que tomavam antiestrogênicos tiveram um número menor de mortes.
A médica Elisabetta Rapiti, que comandou o estudo no Arquivo de Câncer de Genebra, disse que os resultados "sustentam a hipótese de que há influência hormonal no câncer de pulmão. Isso foi sugerido pela presença de receptores de estrogênio e progesterona em uma proporção substancial de cânceres deste tipo".
"Se novos estudos confirmarem nossos resultados e comprovarem que agentes antiestrogênicos combatem o desenvolvimento do câncer de pulmão, isso pode ter implicações substanciais para a prática clínica", disse.

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