Princípio ativo da planta atinge células que suprimem resposta do sistema imunológico, explicam cientistas
Maconha para uso medicinal, permitida na Califórnia (EUA) |
Pesquisas recentes mostram que ao "anestesiar" nosso sistema imunológico, a canabis (planta que dá origem à maconha e haxixe) alivia doenças inflamatórias, mas também aumenta o risco de infecção. Cientistas daUniversidade da Carolina do Sul descobriram que seu ingrediente ativo atinge um recém descoberto tipo de célula que diminui a resposta imunológica do organismo, facilitando a entrada e instalação de infecções.
Prakash Nagarkatti, líder de um grupo de pesquisa, injetou o principal ingrediente ativo da maconha, o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC) em ratos de laboratório. O THC ativou dois tipos de receptores canabinóides nas células dos sistema imunológico dos animais, chamados CB1 e CB2.
A ativação desses receptores levou à mobilização em grande escala de células mielóides supressoras (MDSC). Elas têm um papel importante na diminuição da resposta do sistema imunológico, fazendo com que ficar em níveis normais, como quando não há infecção.
A descoberta oferece uma possível explicação dos motivos pelos quais usuários de maconha apresentam mais risco de infecções do que quem não fuma a droga, de acordo com os pesquisadores.
Além disso, o resultado sugere que o THC poderia ser usado quando houver necessidade de suprimir o sistema imunológico, por exemplo, após transplantes, quando não é interessante que o organismo do receptor tenha reações contra o novo órgão.
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