Um novo método para bloquear a transmissão de malária foi revelado pelo pesquisador John Quigley durante o encontro anual da Sociedade de Hematologia norte-americana, realizado em Orlando, na Flórida, a partir deste sábado (4) até 7 de dezembro. O cientista é membro da Universidade de Illnois em Chicago.
A técnica consiste na redução da produção de uma proteína conhecida como FLVCR, encontrada no interior de mosquitos que carregam o protozoário Plasmodium, responsável pela doença. A inibição deste componente torna o inseto resistente ao micro-organismo. A explicação é o aumento do "estresse oxidativo" dentro do mosquito, condição que diminui as chances de reprodução do protozoário.
Os pesquisadores da equipe de Quigley conseguiram identificar e isolar o gene ligado à produção de FLVCR em dois dos mais conhecidos mosquitos que transmitem a malária.
Mosquitos fêmeas consomem grandes quantidades de hemoglobina, proteína encontrada no sangue humano, que é necessária para o desenvolvimento dos ovos do inseto. Ao consumir sangue contaminado pelo micro-organismo Plasmodium, o protozoário consegue se reproduzir e infestar o mosquito inteiro.
Quando pica um humano, o inseto irá gerar um novo ciclo de transmissão da doença. A pesquisa de Quigley ainda está em andamento e outros estudos são necessários para saber se a inibição de FLVCR pode mesmo bloquear a transmissão do Plasmodium. Para o pesquisador, a técnica ainda poderia ser aplicada para o combate de outras doenças infecciosas causadas por insetos que se alimentam de sangue como dengue e leishmaniose.
A malária infecta cerca de 300 milhões de pessoas por ano, matando quase 1 milhão delas no mesmo período. No Brasil, o número de contaminados em 2009 ultrapassou 300 mil. Dentro do humano, o protozoário causa a destruição dos glóbulos vermelhos do sangue, as hemácias, responsáveis pelo transporte de oxigênio aos tecidos do corpo, e também de células do fígado.
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