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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Nova ameaça na picada do mosquito da dengue


Pesquisadores brasileiros diagnosticaram nos últimos meses três casos de infecção por um vírus pouco conhecido no país, o chikungunya, também transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, e pelo Aedes albopictus, o da febre amarela. E o Ministério da Saúde anunciou hoje o início da vigilância e do controle no Brasil da febre de chikungunya.
Nos três casos confirmados pelo Ministério da Saúde, os pacientes se contaminaram em outros países. O primeiro foi em 25 de agosto, um surfista carioca, de 41 anos, que visitou a Indonésia. O segundo foi em 29 de setembro, um homem, de 55 anos, que vive em São Paulo, que também andou pela Indonésia. O último caso é de uma mulher, de 25 anos, que teve a doença confirmada no último dia 3. Ela esteve na Índia, segundo notícia publicada no site da Universidade de Brasília, onde trabalha o pesquisador Pedro Tauil, do Núcleo de Medicina Tropical e um dos que investiga os casos no Brasil.
Os sintomas de chikungunya - do grupo dos alfavírus -, lembram o da dengue, como febre de 39 graus, dores pelo corpo, principalmente articulares. Alguns casos cronificam e as dores duram quase seis meses. Daí o nome chikungunya, que numa das línguas oficiais da Tanzânia, significa "aqueles que se dobram".
Na entrevista, Tauil comentou que o diagnóstico não é difícil e que laboratórios brasileiros, como o Instituto Evandro Chagas, em Belém do Pará, são capazes de identificar a doença: "se você pensa que é dengue, deu negativo, você procura chikungunya e acha chikungunya". O tratamento é similar ao da dengue, com o uso de paracetamol, antiinflamatórios e até corticoides.
A infecção, assim como na dengue, não se manifesta de imediato. Leva até sete dias. Por enquanto, ele diz que não é preciso entrar em pânico. Primeiro porque a chikungunya costuma ser mais benigna que a dengue, e os casos estão restritos ao Sudeste Asiático e à ilhas do Pacífico. Porém, já temos três casos importados aqui e podem chegar outros. Então é hora de alerta.
O pesquisador brasileiro não acredita que um mesmo mosquito pode abrigar os dois vírus, dengue e chikungunya ou febre amarela e chikungunya: "isso é pouco provável." Segundo o coordenador do Programa de Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, não há circulação do vírus nas Américas. Ela ocorre apenas em países da África e do sudeste asiático, e o índice de letalidade é baixo: menos de 1%. O Ministério da Saúde aconselha a quem for viajar para África e sudeste da Ásia adotar medidas de prevenção, como uso de repelentes e mosquiteiros.

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