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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

EUA aprovam novo teste de células-tronco embrionárias para cegos

Pesquisadores tentarão curar doença que atinge retina de idosos. É a 3ª autorização concedida pelo país para pesquisa com células-tronco.


A empresa de biotecnologia Advanced Cell Technology anunciou esta segunda-feira (3) ter recebido o sinal verde do governo para iniciar a segunda série de testes com células-tronco embrionárias humanas para tratar a cegueira, desta vez em pessoas mais velhas.

O teste avaliará a habilidade da terapia para tratar com segurança pessoas com um problema conhecido como degeneração macular senil, o tipo mais comum de perda irreversível da visão em pessoas com mais de 60 anos.

Ainda não há cura para a doença, que afeta de 10 a 15 milhões de americanos e outros 10 milhões de pessoas na Europa, acrescentou a empresa.

Segunda autorização

A FDA (Food and Drug Administration), entidade que regula medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, liberou, em novembro, a empresa sediada em Massachusetts para começar um teste similar com pacientes com uma forma progressiva de perda de visão juvenil, conhecida como doença de Stargardt.

Cegueira
Montagem feita pelo Instituto Nacional do Olho, nos EUA, compara a visão normal (à esquerda) com a imagem observada por pacientes que sofrem de degeneração macular senil, a doença que poderá ganhar tratamento com células-tronco. (Foto: Instituto Nacional do Olho dos EUA/Divulgação)

"A ACT agora é a primeira empresa a receber o aval da FDA para dois testes com hESC (sigla em inglês para células-tronco embrionárias humanas) e agora é um verdadeiro líder transnacional no campo da medicina regenerativa", declarou Gary Rabin, presidente interino e chefe executivo.


A companhia espera começar os testes clínicos nos Estados Unidos nos próximos meses e pretende procurar aprovação para testes similares na Europa. Os mercados americano e europeu para este tipo de tratamento soma 25 a 30 bilhões de dólares, acrescentou a empresa."Representa um grande passo à frente, não apenas na área das células-tronco, mas potencialmente para técnicas modernas de cuidado com a saúde", continuou.

O anúncio da ACT marca é o terceiro deste do tipo, depois que a empresa americana Geron inovou no ano passado com a primeira tentativa já feita para usar tratamento com células-tronco embrionárias em um paciente com lesão na medula espinhal.

Polêmica

A pesquisa com células-tronco embrionárias é um campo controverso desde que as primeiras células foram isoladas, mais de 12 anos atrás. Os críticos condenam a prática porque ela envolve a destruição de embriões humanos.

No entanto, os cientistas afirmam que estas células representam uma grande promessa no tratamento do mal de Parkinson, de diabetes e uma variedade de outras doenças.

Assim como em outros testes com pacientes humanos, o primeiro passo nos testes de fase I e fase II da ACT é saber se a terapia é segura, antes de ver se funcionam.

"Em uma cobaia com degeneração macular, vimos uma notável melhora no desempenho da visão com relação a animais sem tratamento, sem quaisquer efeitos colaterais", disse Bob Lanza, cientista chefe da ACT.

Doze pacientes participarão do estudo em vários locais nos Estados Unidos, inclusive a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e a Universidade de Stanford.

A terapia usa células do pigmento do epitélio retinal (RPE) derivadas de células-tronco embrionárias para substituir as células de RPE danificadas em pacientes com a doença.

A degeneração macular senil, tipo da doença que ocorre em 90% dos casos, causa a deterioração da visão central quando as células de RPE na mácula do paciente, no centro da retina, perdem a habilidade de funcionar.

Pacientes frequentemente experimentam um embaçamento no centro do campo de visão, enquanto a visão periférica permanece intacta.

"À medida que a população envelhecer, espera-se que dobre a incidência de denegeração macular senil nos próximos 20 anos, exacerbando esta necessidade médica, ainda sem solução", disse Lanza.

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